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Segredo e Memória na Era da Informação. Seminário Internacional

From: 2007-11-29 To:2007-11-30

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    Modern & Contemporary Philosophy
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    Mind, Language & Action
  • Segredo e Memória na Era da Informação
    Seminário Internacional

    Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 29 e 30 de Novembro de 2007.

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    Sessão de abertura no Anfiteatro Nobre da FLUP
    Sessões temáticas (3 intervenções em cada sessão) :
    Dia 29
    Painel 1: Segredo e Conhecimento
    Painel 2: Segredo e Poder

    Dia 30
    Painel 3: Segredo e Cultura
    Painel 4: Segredo e Informação/Comunicação

    Se a pluri e a interdisciplinaridade em Ciências Sociais podem e devem ser práticas de construção de sentido profícuo e multiplicador de explorações enriquecedoras, o Seminário em epígrafe corresponde de forma plena a esse desiderato. Abordar a relação do segredo com a memória e com o limiar de uma nova era em que a informação e a comunicação se tornam eixos estruturantes do quotidiano humano e social nos seus múltiplos sectores, exige a presença e o diálogo das Ciências Sociais e Políticas entre si. Uma presença e um diálogo imprescindível que se projecta na diacronia e na sincronia, na longa e curta duração.
    Ao nível trivial do senso comum percebe-se que o simples acto de contar um segredo resulta de um constrangimento interno (psicológico) e externo (moral, social?) que interfere e colide directamente com o exercício pleno, sem barreiras, da comunicação pessoal, e com o uso irrestrito da memória. Segredar não significa esquecer e pode até andar associado a um avivamento da memória difícil de gerir e de suportar. Este nível de abordagem é simples e comum, mas contém os elementos essenciais de um acto e de um processo que acompanha diacronicamente a natureza humana desde os primórdios à actualidade. E foi-se complicando à medida da complexidade das sociedades humanas com dicotomias acentuadas como a distinção e até oposição entre a esfera pública e a privada. A consagração da confidencialidade, do que só pode ser dito ou comunicado sem direito de reprodução para evitar juízos inconvenientes ou estragos irreparáveis para a consumação de uma iniciativa ou negócio tornaram-se práticas naturais e até inalienáveis no que toca à salvaguarda dos direitos individuais de todos e qualquer um dos cidadãos de um Estado de Direito.
    Da Psicologia ao Direito, passando por diferentes tipos ou espécies de abordagem, o segredo, indissociável sempre do exercício da memória, constitui uma problemática transversal e fecunda que ganha hoje, na conjuntura em que vivemos, uma particular acuidade. Para Manuel Castells estamos no limiar de uma nova Era, a Era da Informação, o que sendo algo sociologicamente bem demonstrado na sua obra, não exclui a perspectiva de que essa Era está emergindo e irá sendo tecida por uma sequência de conjunturas, com cronologias e características diferenciadas nas ?sete partidas do Mundo?. Depois da Sociedade Pós-Industrial anunciada e tipificada por Daniel Bell, em 1973, podemos estar já envolvidos por uma moldura conjuntural que expressões como Sociedade da Informação, do Conhecimento, Digital ou ainda Sociedade do Risco (proposta pelo sociólogo alemão Ulrich Beck) não deixam de matrizar de forma sugestiva e verosímil o que tem estado a acontecer um pouco por todo o lado desde a implosão do bloco soviético, da queda do muro de Berlim em 1989, e da disseminação da Internet, formando-se, assim, as bases da Galáxia Internet, na expressão de Castells.
    Analisar o segredo e a memória no dealbar dessa nova Era justifica, desde logo, que a convocatória para a reflexão e o debate parta de uma disciplina social (ainda em busca de uma base interna de consensualidade teórico-metodológica) que, desde a década de cinquenta do séc. XX, recebeu o nome de Information Science (Science de l?Information ou Ciência da Informação). A Ciência da Informação tem, necessariamente, um modo próprio de introduzir ou de enquadrar a problemática em foco através de uma antinomia multissecular que hoje adquiriu uma relevância crítica e gigantesca: a custódia e o acesso. Este tipo de enfoque tanto pode ser feito pelo ângulo específico da C.I. enquanto ciência que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que regem o fluxo informacional e os meios de processamento da informação para a optimização do acesso e uso, como por uma conjugação interdisciplinar, indiscutivelmente enriquecedora, que no concernente à custódia exige a presença de um diálogo com as abordagens científicas sobre o Poder e o Direito. E outras abordagens se podem associar como a da Ética à da Técnica (ou mais exactamente ao discurso eivado de TecnoUtopia).

    Comissão Organizadora

    Armando Malheiro (CETAC.COM)
    Fernanda Ribeiro (CETAC.COM)
    Inês Amorim (IHM)
    João Miguel T. Lopes (IS)
    José Azevedo (CETAC.COM)
    José Meirinhos (IF)
    Zulmira Santos (CIUHE)

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